Impacto da Covid-19 no perfil das micoses reportadas em um hospital público da Paraíba, Brasil

Autores

  • Mariana de Assis Valverde Departamento de Ciências Biomédicas, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil
  • Natan Gomes Emmanuel Departamento de Ciências Biomédicas, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil
  • Ana Paloma Tavares Araújo Setor de Micologia, Unidade de Laboratório de Análises Clínicas, Hospital Universitário Lauro Wanderley, João Pessoa, Brasil
  • Wallace Felipe Blohem Pessoa Departamento de Ciências Biomédicas, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.17058/reci.v15i4.20217

Palavras-chave:

Infecções Fúngicas, Co-infecção, Unidade de Terapia Intensiva, Infecção Relacionada à Assistência à Saúde

Resumo

Justificativa e Objetivos: A Covid-19 pode levar a uma condição imunológica crítica, com necessidade de internação em unidades de terapia intensiva. O risco de coinfecções fúngicas aumenta nesses pacientes, sobretudo se estiverem sob ventilação mecânica, fazendo uso de dispositivos invasivos e/ou antibióticos de largo espectro. Infecções fúngicas secundárias podem agravar os sintomas da doença, dificultar o prognóstico e o tratamento e elevar as taxas de mortalidade e permanência hospitalar. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da pandemia de Covid-19 na distribuição de infecções fúngicas em pacientes internados em um hospital universitário na Paraíba no período de 2020 a 2022. Métodos: Foram analisados 456 prontuários do período entre março de 2020 e julho de 2022 encaminhados ao setor de Micologia com suspeita de infecção fúngica. Resultados: Dos prontuários avaliados, 120 apresentavam infecção por algum fungo. Apenas 17 prontuários advinham da UTI Covid e 14 deles foram positivos para alguma micose. O gênero Candida destacou-se como o mais prevalente, sendo identificado em mais de 90% dos pacientes avaliados no conjunto geral, e em 85,7% dos pacientes internados na UTI Covid. Também foram reportados, em menor frequência, Aspergillus spp., Rhizopus spp. e Mucor spp. Conclusão: O perfil das infecções fúngicas hospitalares foi impactado pela pandemia, visto que foi observada uma alta porcentagem de pacientes da UTI Covid acometidos por micoses, em comparação com os pacientes dos demais setores.

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Biografia do Autor

  • Mariana de Assis Valverde, Departamento de Ciências Biomédicas, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil

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  • Natan Gomes Emmanuel, Departamento de Ciências Biomédicas, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil

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  • Ana Paloma Tavares Araújo, Setor de Micologia, Unidade de Laboratório de Análises Clínicas, Hospital Universitário Lauro Wanderley, João Pessoa, Brasil

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  • Wallace Felipe Blohem Pessoa, Departamento de Ciências Biomédicas, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Brasil

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Publicado

2025-11-02

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL

Como Citar

Impacto da Covid-19 no perfil das micoses reportadas em um hospital público da Paraíba, Brasil. (2025). Revista De Epidemiologia E Controle De Infecção, 15(3). https://doi.org/10.17058/reci.v15i4.20217