Associação do Quick Sofa e da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica com a mortalidade em pacientes sépticos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/reci.v15i2.19543

Resumo

Justificativa e Objetivo: a sepse, uma condição ameaçadora à vida, deve ser identificada precocemente. A escala QuickSofa pode contribuir para a identificação do risco de sepse em pacientes admitidos na emergência. No entanto, estes escores e critérios devem ser amplamente testados antes de serem inseridos na prática assistencial. O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre o escore Quick Sofa e os critérios da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica com a mortalidade de pacientes sépticos críticos de um hospital universitário. Método: estudo observacional retrospectivo que incluiu 614 pacientes maiores de 18 anos, internados na unidade de terapia intensiva por sepse ou choque séptico.Resultados: não houve diferença estatisticamente significante entre as pontuações do escore Quick Sofa ou dos critérios da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica entre sobreviventes e não sobreviventes. Pacientes com escore Quick Sofa ≥2 apresentaram associação com o desenvolvimento de choque séptico (p=0,00). Pacientes com pontuação ≥2 nos critérios da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica tiveram associação estatisticamente significante com a permanência na unidade de terapia intensiva por mais de 72h (p=0,013). Conclusão: os escores e critérios avaliados não foram associados à mortalidade de pacientes sépticos. A alta mortalidade e a incidência de choque séptico reforçam a necessidade de ferramentas mais eficazes para o diagnóstico precoce da sepse.

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Biografia do Autor

  • Vanessa Frighetto Bonatto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Enfermeira da Emergência Adulto do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Terapia Intensiva. Mestrado em andamento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

  • Jaqueline Sangiogo Haas, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Enfermeira do Centro de Terapia Intensiva Adulto e do Programa Intra Hospitalar de Combate à Sepse do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Especialista em Terapia Intensiva pela Associação Brasileira de Enfermagem em Terapia Intensiva (ABENTI) e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestre em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

  • Miriane Melo Silveira Moretti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Enfermeira do Centro de Terapia Intensiva Adulto do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Especialista em Terapia Intensiva. Mestre em Enfermagem Profissional pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Doutorado em andamento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

  • Arianne dos Santos Gomes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Estudante do 8º semestre do bacharelado em Enfermagem da UFRGS. Experiência como estagiária administrativa da Unidade de Terapia Intensiva Adulta e assistencial da Unidade de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Atua como bolsista de iniciação científica sob orientação da professora Dra. Karina de Oliveira Azzolin.

  • Rafael Barbarena Moraes, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Médico intensivista do Centro de Terapia Intensiva Adulto do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Graduado em Medicina pela UFRGS. Residência em Medicina Interna pelo Hospital Nossa Senhora da Conceição (2003) e Medicina Intensiva pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (2005). Especialista em Medicina Intensiva pela AMIB (2006). Mestre em Endocrinologia pela UFRGS (2009). Doutor em Endocrinologia pela UFRGS (2009). Professor do Programa de Pós-Graduação em Pneumologia da UFRGS. Médico do Programa Intra Hospitalar de Combate à Sepse e Supervisor do Programa de Residência Médica em Medicina Intensiva do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

  • Gilberto Friedmann, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Professor titular da UFRGS e coordenador do programa de Pós Graduação em Ciências Pneumológicas da UFRGS. Graduação em Medicina pela UFRGS (1982). Mestre em Ciências Médicas pela UFRGS (1990). Doutor em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares pela UFRGS (1995). Experiência como professor Adjunto da Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (2006 - 2019). Experiência como coordenação da Comissão de Graduação da Medicina da UFRGS. Foi editor-chefe da Revista Brasileira de Terapia Intensiva e da Revista Científica Clinical Biomedical Research, jornal oficial da FAMED-HCPA.

  • Karina Azzolin, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

    Professora adjunta da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, do departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Chefia do Serviço de Enfermagem em Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

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Publicado

2025-05-08

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL

Como Citar

Associação do Quick Sofa e da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica com a mortalidade em pacientes sépticos. (2025). Revista De Epidemiologia E Controle De Infecção, 15(2). https://doi.org/10.17058/reci.v15i2.19543