Atividade Física e Psicologia no Gerenciamento do Estresse
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v9i.18992Palavras-chave:
estresse ocupacional, ginástica laboral, terapia cognitivo-comportamentalResumo
Introdução: O estresse ocupacional no setor da saúde é endêmico e a literatura indica a atividade física como um dos recursos ao problema. Objetivos: Objetivou-se analisar a eficácia de um programa estruturado de atividades multicomponentes para gerenciamento e controle do estresse. Método: Foram trabalhados dois casos de aplicação do programa, uma Unidade Básica de Saúde, com 12 participantes, e um hospital, com 29 participantes. Para medir o alcance do trabalho foi utilizada a metodologia de teste-reteste com o Inventário de Percepção de Estresse e Estressores de Benzoni. O programa compreendeu seis encontros grupais de 60 minutos cada, fundamentados na psicoeducação sobre estresse e com atividades físicas recreativas integradas ao que foi identificado na avaliação inicial. Resultados: Os resultados do teste-reteste, pelo teste de Wilcoxon, apresentaram diferenças significativas (p ≤ 0,05) na percepção geral de estresse, cognições estressoras, relaxamento e estressores sociais. Em cada caso, observou-se redução na percepção geral de estresse (hospital 1,04 - 0,90 e UBS 0,96 - 0,92), estressores no ambiente de trabalho (hospital 0,78 - 0,51 e UBS 1,08 - 0,92); estressores da carga de trabalho (hospital 0,80 - 0,69); cognições (hospital 1,34 - 0,98); vida familiar (hospital 1,21 - 1,05 e UBS 0,97 - 0,65), saúde física (hospital 1,06 - 0,98 e UBS 1,00 - 0,86); relaxamento (hospital 1,34 - 1,16 e UBS 1,19 - 0,77) e relacionamentos sociais (hospital 0,54 - 0,38 e UBS 0,75 - 0,45). Conclusão: Os achados apontaram para a eficácia do programa e a importância da interdisciplinaridade cognitivismo/educação física no gerenciamento e controle do estresse.
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