Acidentes com material biológico entre profissionais de saúde no Brasil: estudo transversal envolvendo administração medicamentosa
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v15i3.20304Palavras-chave:
Acidentes. , Exposição Ocupacional. , Material Biológico. , Técnicos de Enfermagem.Resumo
Justificativa e Objetivos: Profissionais de saúde, especialmente técnicos de enfermagem, estão expostos a riscos ocupacionais relacionados ao contato com materiais biológicos contaminados, como sangue, elevando o risco de infecções por HIV e hepatites B e C. Este estudo teve como objetivo analisar a associação entre acidentes com material biológico durante a administração de medicamentos entre técnicos de enfermagem, comparando-os a outros profissionais da área da saúde. Métodos: Foi realizado um estudo transversal analítico, baseado em 69.129 registros de acidentes de trabalho notificados ao SINAN em 2022. Foram analisadas as variáveis sociodemográficas e clínicas. A medida de associação utilizada foi a Razão de Prevalência (RP), com IC95% e p ≤ 0,05. Resultados: A maioria dos acidentados tinha entre 26 e 45 anos (61,3%) e era do sexo feminino (76,9%). O sangue foi o principal material biológico envolvido (74,7%). Técnicos de enfermagem apresentaram prevalência de acidentes 2,54 vezes maior durante a administração de medicamentos em comparação a outros profissionais (RP = 2,54; IC95%: 2,46–2,62; p < 0,0001). A maioria dos casos foi registrada na região Sudeste do Brasil. Apesar de 84,8% estarem vacinados contra hepatite B, observou-se significativa subnotificação (30,4% das CATs ignoradas). Conclusão: A elevada frequência de acidentes com técnicos de enfermagem evidencia a necessidade de políticas públicas voltadas à prevenção, qualificação para notificação e uso adequado de EPIs. A subnotificação compromete a vigilância em saúde e exige estratégias educativas e organizacionais para aprimorar a segurança dos profissionais no ambiente assistencial.
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