Tendência temporal e distribuição espacial da mortalidade por doença cardíaca chagásica em Pernambuco, 2007-2022
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v15i3.20080Resumo
Justificativa e Objetivos: A doença cardíaca chagásica é uma das mais frequentes formas de evolução da doença de chagas. Embora existam dados publicados sobre o impacto da doença em Pernambuco, há uma escassez de informações a respeito desse perfil para a forma com acometimento cardíaco. Logo, o objetivo deste estudo foi analisar a tendência temporal e a distribuição espacial da mortalidade por doença cardíaca chagásica no estado de Pernambuco no período de 2007 a 2022. Métodos: Estudo ecológico, de série temporal e espacial. As variáveis (número de óbitos, o ano do óbito, a faixa etária, o sexo e a Gerência Regional de Saúde) da ocorrência dos óbitos foram extraídas do Sistema de Informação de Mortalidade. A taxa de mortalidade, tendência temporal e distribuição espacial foram estimadas. Resultados:Observou-se um padrão estacionário nos óbitos notificados no estado de Pernambuco. O sexo masculino foi o mais acometido. Os municípios Ingazeira (152,53/100 mil), Itapetim (143,47/100 mil) e São Benedito do Sul (141,38/100 mil) apresentaram as maiores taxas de mortalidade por 100 mil habitantes. Em relação à faixa etária, evidenciaram-se tendências decrescentes nas faixas de 15 a 24 (VPA: -11; p=0,015), 25 a 34 (VPA: -10,3; p=0,013), 35 a 44 (VPA: -8,43; p=0,003), e 55 a 64 anos (VPA: -3,11; p= 0189). Conclusão: Os achados contribuem para uma melhor compreensão da dinâmica da doença em Pernambuco, podendo servir como base para a formulação e implementação de estratégias que intensifiquem medidas preventivas e assistenciais com foco na redução das mortes.
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