Violências, memórias e afetos na literatura argentina contemporânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v49i95.19475

Palavras-chave:

literatura latino-americana, memória, violência, afetos, Camila Sosa Villada

Resumo

O artigo começa, como provocação inicial, analisando um meme sobre o estereótipo da violência latino-americana na literatura como um mal essencialista e descontextualizado que assola, sem nuances, nosso continente, para alertar sobre a importância de sua localização em formas específicas e situadas plenamente em sua historicidade. Nesse sentido, na segunda seção, são propostas três linhas ou percursos possíveis dentro da produção literária argentina do século XXI que se referem a três momentos históricos: a violência da fundação da nação nas releituras do clássico de nossa literatura, O gaúcho Martín Fierro, de José Hernández; a violência do Terrorismo de Estado instalado durante a última ditadura cívico-militar e seus efeitos nos filhos e nas filhas dessa geração; em relação à última via, o que podemos designar, em linhas gerais, como as diferentes modalidades da violência do sistema patriarcal no âmbito das produções de mulheres e outras identidades de gênero. Por fim, tendo em conta a última linha temática, o artigo centra-se na figura de Camila Sosa Villada cujo projeto de escrita é formulado a partir de um gesto afetivo chave: a escrita como um arranhão no mundo; uma escrita que opera uma ruptura no discurso literário contemporâneo para tornar visível a existência travesti. O conto “Cotita de la Encarnación” elabora, a partir da diferença sexual, de gênero e racial, alguns afetos negativos como estratégia para validar a existência diante da opressão e do opróbrio sofridos pelo mundo queer na América Latina.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Ahmed, S. (2015). La política cultural de las emociones. Programa universitario de Estudios de Género, México.

________. (2019). La promesa de la felicidad. Una crítica cultural al imperativo de la alegría. Caja Negra, Buenos Aires.

Bajtín, M. (1986). Teoría y estética de la novela. Taurus, Madrid.

_________ (2002). Estética de la creación verbal. Siglo XXI, Argentina.

Berlant, L. (2011). El corazón de la nación. Ensayos sobre política y sentimentalismo. FCE, México.

Carrá, Juan “La centralidad del Martín Fierro responde a la necesidad de inventar una tradición”. Entrevista a Martín Kohan. Caras y Caretas. Disponible en: https://carasycaretas.org.ar/2022/12/10/la-centralidad-del-martin-fierro-responde-a-la-necesidad-de-inventar-una-tradicion/?amp=1&fbclid=IwAR0b4vtjmdJ24yXE_bGrQwMm51O7x_lMDUK0Da_j30Cn45vEuhbWnCCM5y0

Dhondt, R. y Mandolessi, S. (2022) “Hacia una crítica afectiva de la violencia”. Dhondt, R. y Mandolessi, S., Zícari, M. (eds.) Afectos y violencias en la cultura latinoamericana. Iberoamericana. Vervuert, España. Pp. 13- 47.

Fandiño, L. (2016). Acomodar la vida sobre esa arena tan movediza. Las memorias de los hijos en la literatura de Argentina y Chile. FL, UNC, Córdoba.

_________. “Canon, espacios y afectos en Las aventuras de la China Iron, de Gabriela Cabezón Cámara”. Hispanófila. N. 186 (junio 2019), pp. 49- 66. University of North Carolina at Chapel Hill for its Departamento f Romance Studies.

Foucault, M. (2002). Vigilar y castigar. Siglo XXI Editores, Argentina.

Hirsch, M. (2015). La generación de la posmemoria. Escritura y cultura visual después del Holocausto. PanCrítica, Madrid.

Llarena, A. (1996). “Claves para una discusión: el “Realismo mágico” y “Lo real maravilloso americano”. Inti. Revista de Literatura Hispánica. Vol. 1, n 43. Article 4. Pp. 21- 44.

Maristany, J. (2022). “La llegada a la trans/escritura: Camila Sosa Villada y la narrativa vivencial travesti. Visitas al Patio, 19 (1), 67- 85.

Pomeraniec, H. (2022) “Camila Sosa Villada: ‘Tengo un refinamiento especial que hace que la gente se fije en mí’”. Infobae. Disponible en: https://www.infobae.com/america/cultura/2022/03/06/camila-sosa-villada-el-resentimiento-es-como-si-te-hicieran-varias-heridas-en-el-mismo-lugar/

Premat, J. (2023). “Enfurecer el pasado, Álvaro Bisama y Fernando Vallejo, biógrafos. Visitas al Patio, 17(1), 148- 168.

Sosa Villada, C. (2022). Soy una tonta por quererte. TusQuets, Argentina.

Downloads

Publicado

2024-07-26

Edição

Seção

v. 49, n. 95, 2024 – Futuros em ancestralidade: linguagens, culturas e identidad

Como Citar

Violências, memórias e afetos na literatura argentina contemporânea. (2024). Signo, 49(95), 86-96. https://doi.org/10.17058/signo.v49i95.19475