Sobrevivências militantes em Jamais o Fogo Nunca de Diamela Eltit
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18188Keywords:
Subjetividade militante, Língua revolucionária, Diamela Eltit, Literatura e políticaAbstract
O artigo realiza uma aproximação do romance Jamais o Fogo Nunca, publicado originalmente em 2007, da autora chilena Diamela Eltit. Estabelecendo o contexto do período pós-ditatorial no Chile sob o signo do consenso, tenta-se demonstrar os modos de interrupção do funcionamento consensual realizados no interior do livro. A pesquisa explora a dimensão dos corpos e da subjetividade militante focalizadas na narrativa, a recirculação da língua revolucionária das organizações de esquerda durante as ditaduras latino-americanas e, por fim, as múltiplas encarnações do cuidado. Argumenta-se que o livro constrói uma perspectiva feminista capaz de revisitar o passado da política clandestina que escapa da renegação do passado. A leitura aqui presente atenta tanto para as estratégias narrativas quanto para os temas que emergem ao longo do livro de Eltit, imaginando sua composição com o recente estallido social chileno, em 2019.
Downloads
References
AGNEW, Vanessa. Introduction: what is reenactment. Criticism, vol. 46, n. 3, p. 327-339, 2004.
AVELAR, Idelber. Alegorias da derrota: a ficção pós-ditatorial e o trabalho do
BADIOU, Alain. Roads to renegacy. Interview by Eric Hazan. New Left Review, n. 53, sept-oct, p. 125-133, 2008.
BARRIENTOS, Monica. La pulsión comunitaria en la obra de Diamela Eltit. Pittsburgh: Latin American Research Commons, 2019.
BEASLEY-MURRAY, Jon. Posthegemony: political theory and Latin America. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2010.
BOSTEELS, Bruno. Marx y Freud em América Latina: política, psicoanálisis y religión en tiempos de terror. Trad. Simone Pinet. Madrid: Ediciones Akal, 2016.
CARVAJAL, Gustavo. Madres, militantes y esposas en Jamás el fuego nunca de Diamela Eltit y Libreto de Família de Pía González. Universum, vol 35, n. 1, p. 288-312, 2020.
DAFLON, Claudete. Meu país é um corpo que dói. Belo Horizonte: Relicário, 2022.
ELTIT, Diamela. Gênero e dor. Trad. Camila Carvalho. Ipotesi, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. 248-254, jul./dez. 2020 [2013].
ELTIT, Diamela. Jamais o Fogo Nunca. Trad. Julián Fuks. Belo Horizonte: Relicário Edições, 2017 [2007].
ELTIT, Diamela. Viver e escrever no Chile de Pinochet. História da Ditadura. [Entrevista cedida a] Natália Guerellus e Roberto Rosa. Vídeo. 2022. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=7A4ocj6ullQ>. Acesso em 20/01/2023.
FANDIÑO, Laura. Acomodar la vida sobre esa arena tan movediza: Las memorias de los hijos em la literatura de Argentina y Chile. Ebook. Córdova: Universidad Nacional de Córdova, 2016.
FEDERICI, Silvia. “Salários contra o trabalho doméstico” In. O ponto zero da revolução. Trad. Coletivo Sycorase. São Paulo: Elefante, 2019.
FERNÁNDEZ, Nona. El enredo del tempo. Revista de la Universidad de México, n. 867/868, p. 75-79, dez., 2020.
GARRAMUÑO, Florencia. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Trad. Carlos Nougué. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Bem-estar Comum. Trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Editora Record, 2016.
HIRSCH, Marianne. The generation of postmemory. Poetics Today, vol. 29, n. 1, p. 103-128, mar., 2008. DOI: https://doi.org/10.1215/03335372-2007-019
IDIART, Cecilia Sánchez. Después de la derrota. Temporalidades y estéticas de la vida común en Jamás el Fuego Nunca de Diamela Eltit y El Dock de Matilde Sánchez. CELEHIS, v. 25, n. 32, p. 125-140, 2016.
JELIN, Elizabeth. La lucha por el pasado: como construímos la memoria social. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2017.
KLINGER, Diana. A resistência: uma vida. Alea: Estudos Neolatinos [online], v. 20, n. 2 pp. 184-195, 2018. https://doi.org/10.1590/1517-106X/2018202184195
LAPOUJADE, David. As Existências Mínimas. Trad. Hortencia Santos Lencastre. São Paulo: n-1, 2017.
LAZZARATO, Maurizio. ¿Te acuerdas de la revolución? Minorías y clases. Trad. Fermín Rodríguez. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Eterna Cadencia, 2022.
luto na América Latina. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
NEUSTADT, Robert. CADA DÍA: la creación de un arte social. Santiago: Editorial Cuarto Proprio, 2001.
PRON, Patricio. Jamás el fuego nunca. Letras Libres, 07/03/2013. Disponível em: < https://letraslibres.com/libros/jamas-el-fuego-nunca/>. Acesso em 05/02/2023.
RANCIÈRE, Jacques. Democracia ou consenso. In: O Desentendimento: política e filosofia. 1ª ed. São Paulo: Editora 34, 1996. p. 99-122.
RICHARD, Nelly. “Huellas de la violencia, retorica del consenso y dislocaciones subjetivas”. In. __________. Zona de Tumulto: memoria, arte y feminismo. Textos reunidos de Nelly Richard: 1986-2020. 1ª ed. Buenos Aires: CLACSO, 2021 [1998].
RUÍZ, María Olga. Mandatos militantes, vida cotidiana y subjetividad revolucionaria en el Movimiento de Izquierda Revolucionaria de Chile (1965-1975). Revista Austral de Ciencias Sociales, n. 28, p. 163-182, 2015. DOI: https://doi.org/10.4206/rev.austral.cienc.soc.2015.n28-09
SABO, Maria José. La construcción de una nueva lengua em la post-dictadura argentina. Entre Punto de vista y los textos periodísticos de Rodolfo Fogwill. Caracol, São Paulo, n. 19, p. 796-829, jan./jun., 2020.
SANTOS, Fábio Luis Barbosa dos. Uma história da onda progressista sul-americana (1998-2016). 2ª reimp. São Paulo: Elefante, 2018.
SARLO, Beatriz. Tiempo Pasado: cultura de la memoria y giro subjetivo. Uma discusión. 1ª ed. 2ª reimpressão. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2012.
SELCI, Damián. La organización permanente. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Editorial las Cuarenta; El río sin orillas, 2020.
SOTO, José Antonio Rivera. La muerte del tiempo utópico en Jamás el Fuego Nunca de Diamela Eltit. Acta Literaria, n. 39, p. 125-130, 2009.
TRAVERSO, Enzo. Melancolia de Esquerda: marxismo, história e memória. Trad. André Bezamat. Belo Horizonte: Editora Âyné, 2018.
VIDAL, Paloma. “Continuamos ainda nesta viagem obscura e secreta”: memória e resistência na narrativa de Diamela Eltit. Ipotesi: revista de estudos literários, Juiz de Fora, v. 11, n. 2, p. 39-46, 2007.
VIDAL, Paloma. Configurações do comum na narrativa latino-americana contemporânea. In. SELIGMANN-SILVA, Márcio; GINZBURG, Jaime; HARDMAN, Francisco Foot. (org.). Escritas da violência: Representações da violência na história e na cultura contemporâneas da América Latina. v. 2. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012, p. 86-95.
VIDAL, Paloma. Depois de tudo: trajetórias na literatura latino-americana contemporânea. 2006. 234 f. Tese. (Doutorado em Letras) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors publishing with Signo retain the copyright to their work, licensing it under the Creative Commons Attribution License which allows articles to be re-used and re-distributed without restriction, as long as the original work is correctly cited. Signo is owned by Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul and also hosts the Open Journal System plataform. Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.