Desenvolvimento territorial orientado para a agricultura familiar: redução das ambições ou reconhecimento de sua multifuncionalidade?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/redes.v30i1.20137

Palavras-chave:

Agricultura familiar, Desenvolvimento territorial, Multifuncionalidade da agricultura, Políticas públicas territoriais, Territórios de Identidade

Resumo

A relação entre multifuncionalidade da agricultura e desenvolvimento territorial já é tratada na literatura há algum tempo, sendo destacada, sobretudo, a importância de se considerar as atividades desempenhadas no meio rural para além da dimensão agrícola. Entretanto, na avaliação das políticas públicas de desenvolvimento territorial aplicadas no Brasil, é constantemente encontrada a crítica da predominância da agricultura familiar e de ações voltadas para o primeiro setor como fatores limitantes da estratégia territorial. Assim, este artigo tem o objetivo de refletir sobre esta questão, mobilizando como linha de discussão o referencial teórico sobre a multifuncionalidade da agricultura e o dispositivo dos Territórios de Identidade do estado da Bahia, o qual representa a principal política pública territorial em andamento no país. Nossa argumentação parte do princípio que este enfoque não reduz necessariamente a ambição da estratégia territorial de desenvolvimento. Ao contrário, acredita-se que a agricultura familiar, por meio de suas múltiplas funções, representa uma forma de ocupação territorial capaz de garantir a intersetorialidade e a multidimensionalidade para o desenvolvimento do território.

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Biografia do Autor

  • Carolina Schiesari, Universidade de São Paulo

    Possui graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (2011), mestrado em Agricultura Econômica (agricultural economics) pela Universität Hohenheim (2017) na Alemanha e doutorado em Ecologia Aplicada pela Universidade de São Paulo (2024). Atualmente é pesquisadora de pós-doutorado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) e faz parte do Grupo de Pesquisa Agriculturas Emergentes e Alternativas (AGREMAL/CNPq). Tem experiência na área de economia e sociologia rural, atuando principalmente nos seguintes temas: agricultura familiar, assentamentos da reforma agrária, análise de políticas públicas para agricultura familiar, desenvolvimento rural, desenvolvimento territorial, agroecologia e sistemas agroflorestais.

  • Paulo Eduardo Moruzzi Marques, Universidade de São Paulo

    Paulo Eduardo Moruzzi Marques realizou graduação em engenharia agronômica pela Universidade de São Paulo (1985), mestrado em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1996), doutorado em Sociologia (études des sociétés latino-américaines), no Institut des Hautes Etudes de l'Amérique Latine, la Sorbonne nouvelle, Paris III (2002), pós-doutorado em Sociologia no Laboratoire Dynamiques Sociales et Recomposition des Espaces (LADYSS), na França (2013) e livre-docência em Sociologia na Universidade de São Paulo (2014). Atualmente, é professor associado de Sociologia na Universidade de São Paulo (com ênfase em Sociologia Rural). Desenvolve seus trabalhos principalmente nos seguintes temas: agricultura familiar, desenvolvimento rural, alternativas agrícolas, políticas públicas e participação social. Atua no Programa de Pós-Graduação Interunidades (CENA-ESALQ) em Ecologia Aplicada, da USP em sua área de ambiente e sociedade. Coordena notadamente no âmbito deste programa o grupo de pesquisa em agriculturas alternativas (AGREMAL), inscrito no Diretório do CNPq.

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Publicado

2025-07-22

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v. 30 (2025)

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Como Citar

Desenvolvimento territorial orientado para a agricultura familiar: redução das ambições ou reconhecimento de sua multifuncionalidade?. (2025). Redes, 30(1). https://doi.org/10.17058/redes.v30i1.20137