Análise espacial da mortalidade por suicídio no Espírito Santo
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v15i2.19997Palavras-chave:
Epidemiologia, Suicídio, Análise EspacialResumo
Justificativa e Objetivo: Embora existam estudos sobre mortalidade por suicídio no Espírito Santo, poucos avaliam sua distribuição espacial, principalmente em regiões com características socioeconômicas e culturais distintas, o que dificulta a identificação de padrões espaciais e limita o planejamento de ações preventivas. Assim, objetivou-se analisar as características e o padrão espacial da mortalidade por suicídio no estado do Espírito Santo no período entre 2011 e 2020. Métodos: estudo ecológico que avaliou óbitos por suicídio registrados no Espírito Santo. As características dos óbitos foram analisadas por estatística descritiva. A análise espacial indicando áreas emergentes no estado foi realizada com a distribuição espacial das taxas de mortalidade por suicídio e pela análise de associação espacial denominada técnica de Getis-Ord Gi*. Resultados: entre 2011 e 2020 foram registrados 1.987 óbitos por suicídio, com a taxa passando de 4,62 para 6,17 óbitos/100 mil habitantes. Predominaram mortes em homens (n=1.459), na faixa etária de 30-39 anos (n=408), e de raça/cor parda. O método mais utilizado foi o enforcamento (n=1.147), seguido por autointoxicações (n=371). A aplicação da técnica Getis-Ord Gi* revelou hot spots nas regiões Centro-Oeste, Central Serrana (exceção Itarana), Metropolitana, Sudoeste Serrana, Caparaó, Central Sul e Litoral Sul. Cold spots foram observados no Nordeste e Noroeste do estado. Conclusão: a compreensão do perfil e da distribuição espacial dos casos no Espírito Santo pode servir como orientação para ações prioritárias de prevenção do suicídio no estado.
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