Quarto de despejo: onde há poder, há resistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v45i84.13750

Palavras-chave:

Quarto de despejo, interdição, mulher negra.

Resumo

No livro “A ordem do discurso”, o filósofo francês Michel Foucault discute como o discurso se dissemina em diferentes sociedades. Ao abordar os procedimentos discursivos, o filósofo argui que o discurso é controlado. Estes procedimentos de controle se dão por mecanismos externos e internos do dizer, sendo os externos a interdição, a separação e a vontade de verdade e os internos se referem ao tabu do objeto e ao direito privilegiado de quem fala. Neste movimento dos mecanismos de controle abordaremos o texto de Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo, com o objetivo de discutir os conceitos já mencionados. O mecanismo externo, no caso aqui a crítica literária que dita quem tem o direito de dizer no dizer literário e no mecanismo interno, quando a língua é um fator de determinância de interdição externa ao “direito” da autoria.

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Biografia do Autor

  • Ana Laura Perenha Santos, Universidade Estadual do Paraná
    Mestranda no Programa de Pós-Graduação em História Pública da Universidade Estadual do Paraná. Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM)
  • Roselene de Fátima Coito, Universidade Estadual de Maringá
    Professora Doutora na Universidade Estadual de Maringá. Atua na linha Texto e Discurso na Pós-Graduação em Letras - PLE

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Publicado

2020-09-01

Como Citar

Quarto de despejo: onde há poder, há resistência. (2020). Signo, 45(84), 32-39. https://doi.org/10.17058/signo.v45i84.13750