Círculos de leitura em ambientes prisionais: teoria, prática e desafios
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v50i98.20245Palavras-chave:
Círculos de leitura, Leitura no cárcere, Literatura e ressocialização, Educação prisional, Rildo CossonResumo
Os círculos de leitura representam uma metodologia pedagógica que transforma a experiência leitora em um processo dialógico e coletivo. No contexto prisional, essa prática ganha relevância por possibilitar aos internos a construção de significados e a ressignificação de suas trajetórias. No entanto, sua implementação enfrenta desafios significativos, que vão desde a censura na seleção de obras literárias até restrições estruturais e institucionais, dificultando o acesso efetivo à literatura. Além disso, muitas vezes, a leitura no cárcere é tratada de forma instrumental, reduzindo-se a um requisito burocrático para a remição de pena, sem garantir um envolvimento real dos internos com os textos. Diante dessas dificuldades, este artigo discute a importância dos círculos de leitura nos presídios, analisando suas fundamentações teóricas, as barreiras para sua execução e seu impacto na formação crítica e humanizadora. Conclui-se que, apesar dos entraves impostos pelo sistema prisional, os círculos de leitura permanecem como um espaço de resistência e transformação, proporcionando aos privados de liberdade um meio de reflexão, expressão e reconstrução subjetiva.
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