Dilemas da ação coletiva: um olhar sociológico para as tensões da experiência

Autores

  • Matheus Mazzilli Pereira Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • Thales Speroni Pereira da Cruz Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Universidade Autônoma de Barcelona (UAB)

DOI:

https://doi.org/10.17058/barbaroi.v0i0.6281

Palavras-chave:

ação coletiva, movimentos sociais, sociologia da experiência, lógicas de ação.

Resumo

O campo de estudos da ação coletiva, sobretudo ao longo das décadas de 1970 e 1980, foi marcado por intensas disputas entre, por um lado, abordagens que enfatizavam a ação “instrumental” dos movimentos sociais em busca pelos recursos escassos controlados pelo Estado e, por outro lado, perspectivas que enfatizavam a ação “ideológica” desses atores em sua busca pela criação de novas percepções culturais que fomentassem sua autonomia frente às demandas do mercado e da tradição. Desde então, podem ser observados esforços de síntese que procuram vincular essas dimensões da ação coletiva. Essas novas perspectivas se caracterizam pela desconstrução de dicotomias e pela afirmação de que diferentes tipos de racionalidades e motivações estão sempre presentes na ação social, destacando que as interações entre Estado e movimentos sociais não implicam, necessariamente, uma perda de autonomia dos atores coletivos contestatórios. No âmbito deste artigo, postula-se que, se esse projeto sintético permite um afastamento em relação às premissas normativas sobre “o que é a política”, é necessário que o arsenal conceitual disponibilizado possibilite a compreensão de que essa é uma questão que está, cotidianamente, em disputa entre atores coletivos contestatórios. Defende-se que a contribuição teórica de François Dubet fornece fundamentos contundentes para a construção de um modelo apropriado para essa tarefa. A partir dessas reflexões, é proposto um deslocamento na abordagem sociológica da ação coletiva, abandonando a tarefa de resolução teórica dos dilemas que são, de fato, empíricos, em direção a uma postura compreensiva sobre o modo como essas tensões são resolvidas pelos atores efetivamente envolvidos em ações coletivas contestatórias.

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Biografia do Autor

  • Matheus Mazzilli Pereira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
    Bacharel em ciências sociais e mestre em sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, é doutorando em sociologia na mesma instituição de ensino e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES (Brasil). Atua na área da sociologia da ação coletiva e, particularmente, em estudos relacionados às dinâmicas simbólicas, interpretativas e culturais da contestação política.
  • Thales Speroni Pereira da Cruz, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Universidade Autônoma de Barcelona (UAB)
    É mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (Porto Alegre, Brasil) e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES (Brasil). Tem experiência na áreas de Sociologia do Trabalho, Sociologia das Migrações e Teoria Sociológica. Participou de projetos de pesquisa nessas áreas na Universidade de Carleton (Ottawa, Canadá), Universidade de Deusto (Bilbao, Espanha) e na UFRGS. Atualmente é doutorando em Sociologia na UFRGS, no âmbito do grupo de pesquisa Trabalho e Reconhecimento (GTeR), e na Universidade Autônoma de Barcelona - UAB (Barcelona, Espanha), em que é vinculado ao departamento de sociologia e ao Grupo de Estudos de Imigrações e Minorias Étnicas (GEDIME).

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Publicado

2015-11-04

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Dilemas da ação coletiva: um olhar sociológico para as tensões da experiência. (2015). Barbarói, 119-138. https://doi.org/10.17058/barbaroi.v0i0.6281